Sempre gostei de observar o comportamento humano, este incompreendido e incompreensível bicho primitivo e que se acha o ser supremo da natureza, capaz até de criar um deus à sua própria imagem e semelhança. Isto do ponto de vista da espécie como um todo, mas observar os indivíduos também é interessante, eu diria até divertido. Um comportamento em especial que me deixa perplexo é o do sujeito que acha que tem poder.

Todos, sem exceção, já entraram em repartições públicas para tentar resolver algum problema ou pedir uma simples informação e saíram de lá deprimidos e se sentido o pior dos seres humanos porque foram esculhambados pelo todo poderoso ser das trevas, o Barnabé. O Barnabé é aquele sujeito que sempre responde: Isto não pode, mas verei como vou te ajudar. Ele nunca pode nada e nunca deixa ninguém fazer nada. Ele tem o poder do não-poder, o poder de negar, o poder negativo. É aquele sujeito imbecil que chega em casa com a sensação do dever cumprido, pelo simples fato de ter atrapalhado a vida de alguém. E no final das contas ainda acha que fez favor para o cidadão, que sai de lá em dívida de gratidão, afinal o Barnabé salvou sua vida.

Este falso poder é suficiente para alimentar os egos dos sujeitos burros, estúpidos e incapazes de produzir alguma coisa de útil, por isto atrapalham qualquer outro que possa fazer diferente deles. Só atrapalhando a vida dos outros é que poderão ser percebidos, pois do contrário seriam reduzidos a uma ameba, ou então ficariam num canto trocando oxigênio por gás carbônico. Como eu já disse por aqui, tem gente que não poderia ter sido alfabetizada, atrasa o país. Esse é o todo não poderoso, impede que as coisas aconteçam pelo simples medo de existir gente melhor que eles. São bambus, incapazes de deixar a grama crescer embaixo.

É exatamente isto que estamos presenciando cada vez mais rotineiramente, chefes, presidentes, prefeitos, secretárias, etc, criando algum mecanismo para impedir a ação, o movimento, a dinâmica, a vida. São sempre regras impeditivas. Não pode isto, não pode aquilo. Vivemos a ditadura da negação.

Isto contraria princípios filosóficos muito antigos, orientais, que fazem justamente a distinção entre o poder e o não-poder. Diz que o melhor governante não é aquele que mais faz, mas aquele que deixa acontecer. Não estamos prontos para isto, a maioria das pessoas ainda prefere o cabresto do que a liberdade, são tão incompetentes que têm medo da liberdade, afinal, em quem colocarão a culpa pelo fracasso? Este é único preço da liberdade, arcar com os próprios fracassos. Até o dia em que o ser humano estiver pronto para a liberdade e o poder, teremos que sufocar nossa indignação em conviver com seres tão medrosos, mesquinhos e hipócritas.

One Response to “Todo Não Poderoso”

  1. olha alexandre tudo que eu li, nao poderia deixar de comentar sobre a mente destes supostos poderoso, que na realidade sao uns verdadeiros babacas, trazendo sua escrita para nossa comunidade podemos dizer assin. o executivo nao e do povo e sim do prefeito,a secretaria da saude e da dona secretaria e nao do povo, o dinheiro que se arrecada tb nao e do povo e sim o senhor secretario e assim sao todas as secretarias, o poder queimou os neuronios da honestidade,do calor para com seus irmaos, eles se julgam os todos poderosos, esquecendo o sofrimento de seus irmaos, eu tenho o poder, ele nao significa tudo. sera que estes seres humanos deitam e dormem? acho que nao, a hipocrisia toma o lugar do sono deles.

Leave a Reply

(required)

(required)

You may use these HTML tags and attributes: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <strike> <strong>

© 2015 Alexandre Guimarães Suffusion theme by Sayontan Sinha