Nasci em São Paulo, capital, fui criado em Juiz de Fora,
quase nos moldes mineiros.
O quase é porque eu nunca aprendi a guardar dinheiro,
poupar, “caso dum dia precisar”.
Sempre achei que dinheiro não foi feito para ficar dormindo
e sim rodando pra lá e pra cá
num movimento frenético
gerando riquezas.
Muito bonito, até o dia que em que fica duro
e o único movimento é patético.

Depois da fase de faculdade e de trabalhar na Embrapa,
no Gado de Leite, como programador de computador,
achei que fiquei esperto e abri uma empresa de consultoria em redes e Internet,
afinal eu já usava e configurava, pilotava roteador.
Como não tenho vocação para mineiro,
fui para o Rio de Janeiro tentar fazer dinheiro,
mas sem poupar.
Trabalhava no Rio e morava em Teresópolis,
região serrana, lugar bonito e fresco, mas com o povo um pouco devagar,
com a ginga do carioca sem o mar.

Cansei do Rio, e de Teresópolis,
já que o sonho de uma vida tranquila num paraíso virou pesadelo,
afinal, trabalhar e fabricar para não receber é desastroso.
Além de ver o Rio, maravilhoso,
se transformar em campo de concentração,
concentração de bandido, de favela,
de bala perdida e de investimentos perdidos.
Quantas empresas estão abandonando o Rio
e se mandando para a capital menos bela.

Mas de São Paulo saí, acho que para não voltar;
lugar de “fazer maluco”, não será lá que irei me consertar.
Neste momento de dúvidas e incertezas,
preguiças e molezas,
resolvi me refugiar em Minas, Nepomuceno.
Talvez, com seu povo tranquilo,
eu aprenda o valor de cuidar de mim e de meu amor,
sem ninguém por perto destilando veneno.
Mas com futuro promissor, promete esta cidade,
por isto me estresso com meu blog na Internet,
lutando para que interesses pessoais não estraguem a sociedade
que pode crescer junto com o Cefet.

Meus planos, ainda que tortos, questionam se fico ou vou,
se crio raízes ou asas.
A liberdade é minha conselheira,
por isto sempre tenho coceira,
se fico aqui ou lá,
na Chapada dos Guimarães, perto de Cuiabá.
Quem sabe eu volte a plantar, sonhar, voar e pesquisar.

One Response to “Eu, por mim”

  1. Dizem que quando um homem perde sua vontade de ter vontade ou sonhos para realizar ele nao precisa mais viver.
    Penso que estamos aqui apenas para absorver conhecimento de nossa geração para passar estes mesmos conhecimentos, mas so que reciclados, para a geração que chega.
    Continue com o seus sonhos, ao menos sonhar nao paga nada… hehehe
    Participei de um pedaço deste conto. E nao acredito em fracasso, apenas falta de sorte e apostas erradas…
    Agora é o momento. Percebo, mesmo de longe, que voce amadureceu. E está mais solto. Isso ajuda a organizar as ideias e sair da depressão.

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