O país está assistindo cenas estranhas para o cotidiano, mas não estranhas ao comportamento humano que, intrinsecamente, é auto-piedoso e hipócrita. É realmente insano ver, como cenas de novela, um ex-governador e sua mulher governadora fazendo-se de vítimas do quarto poder da sociedade, como num dramalhão mexicano de quinta, usando as mesmas estratégias “novelísticas” para aumentar o índice de audiência, mudando drasticamente o rumo e criando fatos novos, como a recente internação do pobre coitado e a contratação de pequena multidão de carpideiras*.

Por que tais cenas perturbam a integridade mental de quem assiste? Por que tantas pessoas estão irritadas com isto e outras tantas partiram para o deboche? O motivo é óbvio, temos um sujeito, com cara natural de chorão, que se diz injustiçado, sem mostrar provas, querendo dar o diploma de idiota para todos. Isto irrita qualquer um, até monges tibetanos seriam capazes de sair do nirvana com tanta irritação.

O cara esperneou, gritou, esbravejou, chorou e depois dormiu, como todo garotinho pirracento, mas não mostrou uma única prova de que não aprontou, mesmo com os insistentes apelos públicos feitos pelos meios de comunicação. Como todo molequinho levado, depois de quebrar as vidraças dos vizinhos, encher o tapete de sujeira, começa a chorar antes de levar a “surra corretiva” do pai malvado.

Se me permitem, ouso perguntar: o que a governadora está fazendo? Governando não está, fica ao lado do pobre coitado. Aliás, governar é o que não se faz no estado do Rio há um bom tempo. Será que ela acha que é um sucesso perder as “indústrias limpas” para São Paulo e trazer para o estado apenas a indústria poluente e que gera empregos apenas para a grande massa, sem se preocupar em qualidade de vida, mas que, com certeza, gera muitos votos?

Por fim, fico imaginando este tal de Garotinho, que sonha ser Presidente da República, se encontrando depois da aula, ou melhor, audiência, com Hugo Chávez e Evo Moralez, os meninos malvados das Américas. O que será que acontece? Ele se mija todo ou chama o primo Bush para bater nos meninos?

* Para quem não lembra, carpideiras eram aquelas mulheres contratadas para chorar em enterros, sem ao menos conhecer o defunto.

Alexandre Guimarães
11/05/2006

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