Alguns dias atrás, passamos por uma situação difícil com uma cabrinha que estava prenhe pela primeira vez. Os caprinos são animais parecidos com humanos, especialmente na hora do sexo ou da alimentação, “primeiro eu, depois eu”, e com isso essa cabrinha acabou levando cabeçadas e chifradas provocando um aborto, aproximadamente 40 dias antes do parto.

Meu aperto se deu por não ter prática e alguns conhecimentos sobre esses animais. Embora eu saiba que a primeira gestação é normalmente de apenas um cabritinho, como ter certeza disto? E como saber se, em caso de gestação dupla, o cabritinho abortado não tinha um companheiro de placenta. Como saber se, em caso de gestação dupla, outro pudesse estar em uma placenta separada, o que é raro? Mesmo que, estatisticamente, a cabrinha estivesse prenhe de apenas um, que foi abortado, como ter certeza para tomar as providências necessárias, como aplicar antibióticos e o hormônio ocitocina que ajuda a expelir a placenta?

Não tive dúvidas, peguei meus livros da Embrapa e procurei o telefone da unidade de pesquisa de caprinos. Fui bem atendido por várias pessoas que me passaram para um veterinário, o Dr. Eduardo Luiz de Oliveira, analista da área de sanidade de caprinos e ovinos, que ouviu atentamente meu relato desesperado para fazer o possível para salvar a cabrinha e então me explicou detalhadamente e com paciência o que fazer para identificar se havia ou não outro feto, a apalpação abdominal, diferenciando rúmen de um lado e útero de outro, e depois o que fazer em cada caso. Com esta orientação foi possível salvar a cabrinha, que passa bem. E o Dr. Eduardo entrou em contato posterior para saber da situação e ainda me enviou vasto material sobre estes interessantes animais.

Assim, preciso registrar meus agradecimentos especiais ao Dr. Eduardo Luiz de Oliveira e a Embrapa Caprinos e Ovinos em Sobral, no Ceará. Pessoas com esta dedicação ao trabalho e profissão me fazem renovar esperanças de que nossa sociedade pode ser melhor.

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